RÉQUIEM POR UM SORRISO ou Sobre os Palhaços na Varanda

by 7/31/2012 0 comentários



Réquiem por um Sorriso ou Sobre os Palhaços na Varanda conta a história de um casal de velhos que não consegue sorri, e enquanto um busca gargalhar pelo menos uma vez na vida o outro não acredita que há motivos para tal. É a visita de um estranho e sorridente casal que muda a rotina na casa e inflama os conflitos entre os dois. Uma divertida sátira acerca das relações humanas e sociais. Um espetáculo que usa humor e poesia para falar de humanidade, afeto e política.



O Velho fala: “O meu sonho é gargalhar. Bem que eu queria gargalhar se tivesse um motivo”. A Velha diz: “Tomara que tenham uma overdose de riso”. Estes dois são protagonistas do espetáculo Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços na varanda, que estreia para o grande público no dia 6 de julho (sexta-feira), na Sala do Coro do Teatro Castro Alves. O texto de Diego Pinheiro (Prêmio FAPEX de Teatro 2010) é dirigido por Thiago Gomes (do curta-metragem Braseiro), que faz a primeira direção de um projeto cênico, após várias assistências com medalhões baianos.

O elenco de peso é formado por Fernando Neves (Velho), Neyde Moura (Velha) e, no papel de um casal de amigos que vivem com o riso solto, Rui Manthur (Adauto) e Susan Kalik (Julieta). A temporada segue até o dia 29 de julho, com apresentações de sexta a domingo, às 20h e ingressos a R$ 20 e R$10.

A montagem que trata de sorrisos e gargalhadas. O espetáculo mistura elementos do realismo e farsesco, teatro do absurdo e Brecht. “A questão é que eu não tive essa preocupação, com a chamada linha estética ou o trânsito entre elas, simplesmente escrevi”, justifica Diego Pinheiro, considerando que a obra é polifônica, como a vida, “permitindo uma multiplicidade de visões de mundo e mais tantas possibilidades de recepção, entendimento”.

Em meio a um cenário que reproduz o ambiente de uma casa com duas cadeiras de balanço (que não balançam) e dois abajures, circulam os personagens, sob direção de Thiago Gomes. Diretor de mais de uma dezena de curtas-metragens - com destaque para Braseiro, ainda inédito no circuito comercial - e assistente de direção do longa-metragem O homem que não dormia, de Edgard Navarro, Thiago fez assistência de projetos teatrais de Luiz Marfuz, Harildo Déda, Lázaro Ramos, Fernanda Júlia, Susan Kalik, dentre outros.


Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços na varanda é a estreia de Thiago como diretor cênico, que considera: O cinema veio primeiro, depois o teatro veio com força, hoje gosto de pensar que quando faço cinema penso teatro e quando faço teatro penso cinema e as coisas se misturam... Os dois têm suas especificidades,  suas dificuldades, e

cada projeto tem sua história, mas o teatro tem uma peculiaridade:  um espetáculo teatral nunca é igual todo dia, ainda que nada pareça mudar, alguma coisa acontece, e uma brisa gelada que bate na hora da deixa muda a intenção do ator e isso muda o espetáculo naquele dia, o teatro é a arte da manutenção, mas também é a arte do inesperado, e isso é único”.

Thiago queria dirigir teatro e buscava textos, algo que o motivassem a dirigir, “achava que pra ser o primeiro tinha que me impulsionar, tinha que ser uma escolha orgânica. Eu conhecia o texto do Diego, mas nunca tinha pensado em dirigi-lo, mesmo porque Diego é diretor, pensei que quisesse dirigi-lo. Não me lembro bem, mas acho que foi numa conversa informal, quando eu falava dessa minha vontade de estrear no teatro, que ele me ofereceu o texto para dirigir, aceitei na hora,  só depois o reli e tive certeza, hoje acho que não poderia ser outro,  esse texto é uma obra ímpar”.   
 
Surpresa com prêmio

Autor e diretor, Diego Pinheiro é um dos destaques da jovem cena teatral baiana. A montagem de Arbítrio, primeiro espetáculo do seu grupo (Teatro Base), ganhou o Braskem de Revelação 2011. No ano passado, o autor conquistou o Fapex com Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços na varanda. “O prêmio para mim foi uma surpresa. Sabia que muitos dramaturgos consagrados estariam concorrendo, a exemplo dos também vencedores Gil Vicente Tavares e Aldri Anunciação. O prêmio foi um grande incentivo para a dramaturgia baiana, sabendo que em nosso entorno muitos dramaturgos não sabem o que fazer com suas peças”.

O escritor entende que todo e qualquer artista tem uma grande inspiração, a vida, e tudo aquilo que coloca ela em um estado de complexidade. “No caso de Sobre os Palhaços da Varanda tinha me inspirado em um grupo de jovens amigos da Escola de Teatro da UFBA, mas depois o texto ganhou outras dimensões. Durante a escrita a minha preocupação é escrever, somente. Antes até que acontece uma sistematização das coisas, mas na hora as cifras do inconsciente atuam com mais força. Prefiro assim, já que tenho fascínio pela complexidade da vida”.

Elenco de peso

O Velho, que brinda sua Velha com uma série de apelidos engraçados, como “Minha Flor do Campo Murcha” ou “Meu Pulmão de Fumante”, é interpretado por Fernando Neves. Com mais de meio século de trajetória teatral, o ator foi premiado como melhor ator coadjuvante no Festival Internacional de Cinema de Brasília 2005, pela atuação em Eu me Lembro (foram sete candangos, para o filme de Edgar Navarro).

“Eu ri, uma única vez”, declara a Velha, lembrando do nascimento do primeiro filho e de como se sentiu desqualificada como mãe. Esta personagem inquietante é vivida por Neyde Moura, ganhadora do Copene de Teatro (2000), com Pé de Guerra, de Márcio Meirelles. Em 2010 ela atuou na peça Última sessão de teatro, do diretor Luiz Marfuz, em

2011 fez o curta Braseiro, direção de Thiago Gomes, e este ano estreou O olho de Deus – O avesso dos retalhos, de Meirelles.

Rui Manthur interpreta Adauto, sujeito que tenta ajudar o amigo Velho a gargalhar, mas que não acha nada engraçado lembrar de um ponche que tomou na Festa do Mendigo Coxo. Tendo começado a atuar em 1997, o ator participou de Um tal de Dom Quixote, Ópera de três reais, Sonho de uma noite de verão, Bodas de sangue, Pé de guerra (Copene 2000 de melhor espetáculo), H2O - Uma história de amor (Braskem 2003 de melhor espetáculo infanto- juvenil), Braseiro, E ai, comeu e A geladeira.

Diretora, produtora e atriz, Susan Kalik assume duas funções em Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços na varanda: ela produz o espetáculo e ao mesmo tempo retorna à boca de cena, como Julieta. Seu trabalho anterior como intérprete foi Laço de fita (2007), de Paulo Nery. No “intervalo” dedicou-se à Kalik Produções Artísticas, tendo produzido, nos últimos anos, As velhas (2010, direção de Luiz Marfuz), Namíbia, não (2011, direção de Lázaro Ramos), Meu nome é mentira (2011, direção de Luiz Marfuz) e A Mulher de Roxo (2012, direção de Deolindo Checcucci).

“Para mim, um momento mais do que especial, depois de cinco anos fora do palco: eu volto à cena, ao lado deste elenco de feras. Bom estar entre amigos, bom estar com nossa equipe de trabalho, todos pulsando e criando juntos”, entusiasma-se Susan.


  
Comissão do Prêmio FAPEX de Teatro, no Prefácio do livro de publicação dos textos selecionados:

  
“... É difícil classificar Sobre Palhaços na Varanda: teatro do absurdo? Teatro existencialista? E o que dizer dos seus temas? Velhice? Indiferença com mazelas sociais? Impossibilidade de comunicação? Solidão? Afinal, talvez nem seja mesmo preciso definir esta peça cujo ponto forte esteja justamente no inclassificável, em sua polissemia e polifonia; entre estas, não se pode ignorar os jogos de linguagem – matéria prima da psicanálise lacaniana – vistos sob outros ângulos, de forma cômica e perversa. Assim, com uma competente urdidura dramatúrgica, que flerta com expoentes do chamado “teatro do absurdo”, Diego Pinheiro nos apresenta de maneira insólita, metafórica, lírica e absurdamente cômica a vida de um casal de velhinhos – marcada pela acidez das relações desgastadas – que não encontra motivos para rir. Mas, dizer isso tudo é traduzir por demais a dimensão humana da peça! Assim, caros leitores, tirem as suas próprias conclusões, pois esta obra fala por si...”



FICHA TÉCNICA

Texto: Diego Pinheiro
Direção: Thiago Gomes
Assistência de Direção: Fernanda Júlia
Elenco: Fernando Neves, Neyde Moura, Rui Manthur, Susan Kalik
Cenografia: Rodrigo Frota
Iluminação: Luiz Guimarães
Direção Musical: Luciano Salvador Bahia
Figurino e Maquiagem: Thiago Romero
Preparação Corporal: Danilo Pinho
Coreografia: Marilza Oliveira
Voice Trainer: Ivan Alexandre
Produção: Kalik Produções Artísticas
Direção de Produção: Susan Kalik
Produção Executiva: Francisco Xavier e Naiara Vieira

RELEASE
A montagem, que trata de sorrisos e gargalhadas, uma sátira as relações humanas. O espetáculo mistura elementos do realismo e farsesco, teatro do absurdo e Brecht. O texto de Diego Pinheiro, premiado com o Fapex 2010, ganha direção de Thiago Gomes (do curta Braseiro) e atuação de Fernando Neves, Neyde Moura, Rui Manthur e Susan Kalik.



SERVIÇO:

Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços na varanda
Sala do Coro do Teatro Castro Alves
06 a 29/07 - Sexta a domingo - 20h
Ingressos: R$ 20 e R$ 10
Censura - 10 anos.


CONTATOS:
Kalik Produções | Susan Kalik  71 3023-4104 * 8760-6074
Thiago Gomes 71 9132-3265
Fernando Neves 71 9158-0687
Neyde Moura 71 8803-0648
Ruy Manthur 71 9985-7013

www.requiemporumsorriso.com
requiemporumsorriso.blogspot.com.br

ASSESSORIA DE IMPRENSA:
Claudia Pedreira 71 8879-7994




Realização: Kalik Produções Artísticas

Susan Kalik

Diretora e Produtora

Sócia da Kalik Produções, uma empresa de criação e execução de projetos artísticos em Salvador, na Bahia. Produzimos teatro, audiovisual e eventos artísticos. Desenvolvemos ideias, realizamos projetos e estimulamos sonhos.

0 comentários:

Postar um comentário