Réquiem por um Sorriso ou Sobre os Palhaços na Varanda conta a história de um casal de velhos que não consegue sorri, e enquanto um busca gargalhar pelo menos uma vez na vida o outro não acredita que há motivos para tal. É a visita de um estranho e sorridente casal que muda a rotina na casa e inflama os conflitos entre os dois. Uma divertida sátira acerca das relações humanas e sociais. Um espetáculo que usa humor e poesia para falar de humanidade, afeto e política.
O Velho fala: “O meu sonho é
gargalhar. Bem que eu queria gargalhar se tivesse um motivo”. A Velha diz:
“Tomara que tenham uma overdose de riso”. Estes dois são protagonistas do
espetáculo Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços na varanda, que
estreia para o grande público no dia 6 de julho (sexta-feira), na Sala do
Coro do Teatro Castro Alves. O texto de Diego Pinheiro (Prêmio FAPEX de
Teatro 2010) é dirigido por Thiago Gomes (do curta-metragem Braseiro), que faz
a primeira direção de um projeto cênico, após várias assistências com medalhões
baianos.
O elenco de peso é formado por
Fernando Neves (Velho), Neyde Moura (Velha) e, no papel de um casal de
amigos que vivem com o riso solto, Rui Manthur (Adauto) e Susan Kalik
(Julieta). A temporada segue até o dia 29 de julho, com apresentações de sexta
a domingo, às 20h e ingressos a R$ 20 e R$10.
A montagem que trata de sorrisos e
gargalhadas. O espetáculo mistura elementos do realismo e farsesco, teatro do absurdo e
Brecht. “A questão é que eu não tive
essa preocupação, com a chamada linha estética ou o trânsito entre elas,
simplesmente escrevi”, justifica Diego Pinheiro, considerando que a obra é
polifônica, como a vida, “permitindo uma multiplicidade de visões de mundo e
mais tantas possibilidades de recepção, entendimento”.
Em meio a um cenário que reproduz o ambiente de uma casa
com duas cadeiras de balanço (que não balançam) e dois abajures, circulam os
personagens, sob direção de Thiago Gomes. Diretor de mais de uma dezena de curtas-metragens
- com destaque para Braseiro, ainda
inédito no circuito comercial - e assistente de
direção do longa-metragem O homem que não dormia, de Edgard Navarro, Thiago fez assistência
de projetos teatrais de Luiz Marfuz, Harildo Déda, Lázaro
Ramos, Fernanda Júlia, Susan Kalik,
dentre outros.
Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços na varanda é a estreia de Thiago como
diretor cênico, que considera: “O cinema veio primeiro, depois o teatro veio com força,
hoje gosto de pensar que quando faço cinema penso teatro e quando faço teatro
penso cinema e as coisas se misturam... Os dois têm suas especificidades, suas dificuldades, e
cada projeto tem sua história, mas o teatro tem uma peculiaridade: um espetáculo teatral nunca é
igual todo dia, ainda que nada pareça mudar, alguma coisa acontece, e uma brisa
gelada que bate na hora da deixa muda a intenção do ator e isso muda o
espetáculo naquele dia, o teatro é a arte da manutenção, mas também é a arte do
inesperado, e isso é único”.
Thiago queria dirigir teatro e buscava textos, algo que o motivassem a
dirigir, “achava que pra ser o primeiro tinha
que me impulsionar, tinha que ser uma escolha
orgânica. Eu conhecia o texto do Diego, mas nunca tinha pensado em dirigi-lo,
mesmo porque Diego é diretor, pensei que quisesse dirigi-lo. Não me lembro bem,
mas acho que foi numa conversa informal, quando eu falava dessa minha vontade
de estrear no teatro, que ele me ofereceu o texto para dirigir, aceitei na
hora, só depois o reli e
tive certeza, hoje acho que não poderia ser outro, esse texto é uma obra ímpar”.
Surpresa com prêmio
Autor e diretor, Diego Pinheiro é um dos
destaques da jovem cena teatral baiana. A montagem de Arbítrio, primeiro espetáculo do seu grupo (Teatro Base), ganhou o
Braskem de Revelação 2011. No ano passado, o autor conquistou o Fapex com Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços
na varanda. “O prêmio para mim foi uma surpresa. Sabia que muitos
dramaturgos consagrados estariam concorrendo, a exemplo dos também vencedores
Gil Vicente Tavares e Aldri Anunciação. O prêmio foi um grande incentivo para a
dramaturgia baiana, sabendo que em nosso entorno muitos dramaturgos não sabem o
que fazer com suas peças”.
O escritor entende que todo e qualquer
artista tem uma grande inspiração, a vida, e tudo aquilo que coloca ela em um
estado de complexidade. “No caso de Sobre os Palhaços da Varanda tinha me
inspirado em um grupo de jovens amigos da Escola de Teatro da UFBA, mas depois
o texto ganhou outras dimensões. Durante a escrita a minha preocupação é
escrever, somente. Antes até que acontece uma sistematização das coisas, mas na
hora as cifras do inconsciente atuam com mais força. Prefiro assim, já que
tenho fascínio pela complexidade da vida”.
Elenco de peso
O Velho, que brinda sua Velha com uma
série de apelidos engraçados, como “Minha Flor do Campo Murcha” ou “Meu Pulmão
de Fumante”, é interpretado por Fernando Neves. Com mais de meio século de
trajetória teatral, o ator foi premiado como melhor ator coadjuvante no
Festival Internacional de Cinema de Brasília 2005, pela atuação em Eu me Lembro (foram sete candangos, para
o filme de Edgar Navarro).
“Eu ri, uma única vez”, declara a Velha,
lembrando do nascimento do primeiro filho e de como se sentiu desqualificada
como mãe. Esta personagem inquietante é vivida por Neyde Moura, ganhadora do
Copene de Teatro (2000), com Pé de Guerra,
de Márcio Meirelles. Em 2010 ela atuou na peça Última sessão de teatro,
do diretor Luiz Marfuz, em
2011 fez o curta Braseiro,
direção de Thiago Gomes, e este ano estreou O
olho de Deus – O avesso dos retalhos, de Meirelles.
Rui Manthur interpreta Adauto, sujeito
que tenta ajudar o amigo Velho a gargalhar, mas que não acha nada engraçado
lembrar de um ponche que tomou na Festa do Mendigo Coxo. Tendo começado a atuar
em 1997, o ator participou de Um tal de Dom Quixote, Ópera de três reais, Sonho de
uma noite de verão, Bodas de sangue,
Pé de guerra (Copene 2000 de melhor
espetáculo), H2O - Uma história de amor (Braskem
2003 de melhor espetáculo infanto- juvenil), Braseiro, E ai, comeu e A geladeira.
Diretora, produtora e atriz, Susan Kalik
assume duas funções em Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços
na varanda: ela produz o espetáculo e ao mesmo tempo retorna à boca de
cena, como Julieta. Seu trabalho anterior como intérprete foi Laço de fita (2007), de Paulo Nery. No
“intervalo” dedicou-se à Kalik Produções Artísticas, tendo produzido, nos
últimos anos, As velhas (2010,
direção de Luiz Marfuz), Namíbia, não
(2011, direção de Lázaro Ramos), Meu nome
é mentira (2011, direção de Luiz Marfuz) e A Mulher de Roxo (2012, direção de Deolindo Checcucci).
“Para mim, um momento mais do que
especial, depois de cinco anos fora do palco: eu volto à cena, ao lado deste
elenco de feras. Bom estar entre amigos, bom estar com nossa equipe de
trabalho, todos pulsando e criando juntos”, entusiasma-se Susan.
Comissão do Prêmio FAPEX de
Teatro, no Prefácio do livro de
publicação dos textos selecionados:
“... É difícil classificar Sobre Palhaços na Varanda:
teatro do absurdo? Teatro existencialista? E o que dizer dos seus temas?
Velhice? Indiferença com mazelas sociais? Impossibilidade de comunicação?
Solidão? Afinal, talvez nem seja mesmo preciso definir esta peça cujo ponto forte
esteja justamente no inclassificável, em sua polissemia e polifonia; entre
estas, não se pode ignorar os jogos de linguagem – matéria prima da psicanálise
lacaniana – vistos sob outros ângulos, de forma cômica e perversa. Assim, com
uma competente urdidura dramatúrgica, que flerta com expoentes do chamado
“teatro do absurdo”, Diego Pinheiro nos apresenta de maneira insólita,
metafórica, lírica e absurdamente cômica a vida de um casal de velhinhos –
marcada pela acidez das relações desgastadas – que não encontra motivos para
rir. Mas, dizer isso tudo é traduzir por demais a dimensão humana da peça!
Assim, caros leitores, tirem as suas próprias conclusões, pois esta obra fala
por si...”
FICHA TÉCNICA
Texto:
Diego Pinheiro
Direção:
Thiago Gomes
Assistência de Direção: Fernanda Júlia
Elenco:
Fernando Neves, Neyde Moura, Rui Manthur, Susan Kalik
Cenografia: Rodrigo Frota
Iluminação: Luiz Guimarães
Direção Musical: Luciano Salvador Bahia
Figurino e Maquiagem: Thiago Romero
Preparação Corporal: Danilo Pinho
Coreografia: Marilza Oliveira
Voice Trainer: Ivan Alexandre
Produção: Kalik Produções Artísticas
Direção de Produção: Susan Kalik
Produção Executiva: Francisco Xavier e Naiara Vieira
RELEASE
A montagem, que trata de sorrisos e gargalhadas, uma sátira as relações
humanas. O espetáculo mistura elementos do realismo e farsesco, teatro do
absurdo e Brecht. O texto de Diego Pinheiro, premiado com o Fapex 2010, ganha
direção de Thiago Gomes (do curta Braseiro) e atuação de Fernando Neves, Neyde
Moura, Rui Manthur e Susan Kalik.
SERVIÇO:
Réquiem por um sorriso ou Sobre os palhaços na varanda
Sala do Coro do Teatro Castro Alves
06 a 29/07 - Sexta a domingo - 20h
Ingressos: R$ 20 e R$ 10
Censura - 10 anos.
CONTATOS:
Kalik Produções | Susan
Kalik 71 3023-4104 * 8760-6074
Thiago Gomes 71 9132-3265
Fernando Neves 71 9158-0687
Neyde Moura 71 8803-0648
Ruy Manthur 71 9985-7013
www.requiemporumsorriso.com
requiemporumsorriso.blogspot.com.br
ASSESSORIA DE IMPRENSA:
Claudia Pedreira 71 8879-7994
Realização: Kalik Produções Artísticas
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